
As Diferentes Personalidades do Vinho Espanhol

Proporcionalmente, a Espanha é o país com a maior área de vinhedos em todo o mundo. Com mais de um milhão de hectares cultivados, ao longo de suas cerca de cinquenta e três regiões de denominações origem (DO), se torna difícil saber por onde começar a conhecer os sabores proporcionados pelas uvas espanholas.
Para início de conversa, os tintos são o carro chefe de boa parte das vinícolas do país. Em especial, as elaborações com base na uva Tempranillo; grande parte dos rótulos ao alcance do público geral trazem-na em sua composição. Embora a Tempranillo seja quase onipresente entre os vinhedos locais, existe o cultivo de outras variedades, tais como as nativas Garnacha, Monastrel, Graciano e Mazuelo, ou trazidas de outros territórios, como a Cabernet Sauvignon e a Merlot.
No que tange às elaborações de vinhos brancos, prevalece o cultivo da Albariño, ainda que, a depender das tradições de cada região produtora, possa haver a dominância de outras castas de uvas brancas, tais como a Verdejo, a Viura, a Xarel-lo e a Macabeo.
Apesar de serem cultivadas mais de 600 castas de uvas no país, a Tempranillo e a Albariño correspondem a cerca de 80% da produção.
Dentre tantas regiões, imensa diversidade de microclimas e diferentes influências de tradições e culturas, não é difícil imaginar a razão de a variedade de vinhos espanhóis ser tão grande.
Como parte dos esforços por uma identificação mais precisa de tantas variedades e personalidades, os conselhos reguladores da atividade vitivinicola na Espanha vem instituindo com maior rigor, desde o ano de 2003, denominações equivalentes à dos grandes produtores de vinho na Europa aos viticultores locais.
Além das Denominações de Origem, existe também a Denominação de Origem Qualificada (DOCa), atribuída atualmente apenas para as regiões do Rioja, no centro norte, e de Priorato, na Catalunha.
A Espanha traz, em sua história na produção de vinhos, influências de fenícios, do Império Romano, dos árabes e mais recentemente, dos franceses.
Desconsiderando a localização geográfica, um segundo método de classificação se baseia no envelhecimento das safras. Com pequenas variações locais, são quatro as principais denominações desta categoria: Joven, Crianza, Reserva e Gran Reserva.
Um vinho Joven – ou como também é conhecido, “Vino Del Año” – é um vinho com pouco tempo de maturação, normalmente colocado no mercado no mesmo ano, no máximo no ano seguinte à colheita da safra. Como sugere o pouco tempo de envelhecimento, estes vinhos são caracteristicamente mais frescos e frutados, tanto os brancos como os tintos, dado o pouco tempo de fermentação e guarda.
Já para que um vinho espanhol receba a classificação de Crianza, é necessário que ele passe por pelo menos dois anos de envelhecimento, dos quais um ano deverá se destinar ao estágio por barrica de carvalho, no caso dos tintos, e seis meses nas variedades brancas ou roses.

Tanto os vinhos Crianza, como os Reserva e Gran Reserva devem passar por envelhecimento em barris de carvalho.
No caso dos Reserva e Gran Reserva, a elaboração precisa iniciar somente com safras de excepcional qualidade, que será submetido, no caso dos Reserva a um envelhecimento de três anos, quando tintos, ou dois anos, quando brancos, seguindo a mesma regra do Crianza quanto à guarda em barrica.
Os Gran Reserva devem passar por um envelhecimento de cinco anos, pelo menos, podendo ser reduzido para quatro anos, no caso de vinhos brancos. O envelhecimento em barrica, neste caso, segue os tradicionais seis meses, se estendo para até dois anos quando a elaboração for de um vinho tinto.
Como em toda a grande localidade produtora, os vinhos espanhóis podem ser encontrados em diferentes faixas de preço, de acordo com a sua elaboração: evidentemente, um vinho envelhecido traz um custo um pouco maior ao consumidor final, mas é possível encontrar qualidade para todos os bolsos; basta tomar o conhecimento que adquiriu aqui, pesquisar o que mais se adéqua a seu gosto pessoal, e brindar à alegria que o vinho traz a nossas vidas!

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