
Chardonnay pelo mundo

A Chardonnay, conhecida como “a rainha das uvas brancas”, é uma das uvas mais populares do mundo, sendo produzida em diversas regiões. Procedente da Borgonha, região leste da França, foi durante muito tempo a única variedade utilizada para a produção dos vinhos mais finos da região. Seu caráter versátil e a facilidade do seu cultivo são os responsáveis por ela ser hoje tão disseminada, sendo encontrada em praticamente todas as regiões produtoras.
“É uma uva versátil, produz desde vinhos brancos secos até os espumantes.”
Dependendo da maneira como é tratada, pode gerar desde vinhos leves e frescos até encorpados, quentes. Pode se vinificada sozinha quanto em assemblages, assim como pode estagiar em madeira ou não.
Um dos grandes motivos pelo qual a Chardonnay é considerada tão versátil é, sem dúvida, sua personalidade, ou a falta dela. É uma casta fantástica, didática – a videira se adapta muito bem aos mais diferentes solos e climas (a exceção dos extremos quente e frio), sendo capaz de expressar o desejo do viticultor e a expressão do terroir. Hoje em dia, só na França, existem mais de 30 variações clonais.
Por causa de toda essa maleabilidade, muitos dizem ser uma uva vazia, limitada a apenas expressar a vontade do produtor e o local onde é cultivada. De fato, nenhuma outra casta pode absorver tantas características do solo e do processo de vinificação, como ela. Talvez isso explique o paradigma dessa casta que amada por muitos e desprezada por outros tantos. De qualquer forma, ela é sinônimo de vinho branco.
Características
Originalmente, ela é pouco aromática. Os vinhos podem apresentar as mais diversas características organolépticas. Genericamente, os aromas primários mais encontrados são: frutas cítricas, frutas, florais, amanteigados, amadeirados. Dependendo da região, ainda podemos encontrar minerais, pedra de isqueiro e esfumaçados.
“Devido à versatilidade da uva, não se pode dizer que o vinho Chardonnay tenha uma característica ou estilo em comum, que possa ser encontrado ao redor do mundo.”
Na boca, a Chardonnay também pode se apresentar das mais variadas formas. É a casta branca que mais se beneficia da fermentação em barrica e do estágio em madeira. Seus vinhos podem variar em acidez e corpo, como em frescor e untuosidade. Quando cultivada em regiões mais frias, gera vinhos mais frescos e leves, se em regiões mais quentes, o vinho ganha estrutura, untuosidade e notas de frutas tropicais maduras.
Devido à sua larga variedade de estilos, o vinho Chardonnay tem o potencial de ser combinado com um diverso espectro de tipos de alimentos. Normalmente combina com carnes brancas grelhadas ou assadas (frango, peru, tender). Se não passar por madeira, aceita bem os peixes e frutos do mar mais leves. Se o vinho for bem marcado em madeira, prefira os peixes defumados, cozinha picante asiática, guacamole, saladas com queijos fortes, pratos com molhos a base de leite de coco ou molhos brancos com nozes.
Principais regiões produtoras
França, Borgonha, Côte de Beaune – É onde a Chardonnay nasceu, e nenhuma outra variedade de casta branca pode ser cultivada na região. Os vinhos da Borgonha estão entre os melhores do mundo, e cada sub-região apresenta características peculiares.
França, Borgonha, Chablis – Essa é uma região única na França. O clima é o mais frio, e o solo já foi leito do oceano, e o resultado dessa combinação são seus vinhos magníficos que não se podem copiar.
França, Champagne – Aqui a Chardonnay é responsável pelo frescor, cremosidade e elegância do espumante; é a grande variedade branca permitida na composição dos tradicionais vinhos de Champagne, sozinha (Blanc de Blancs) ou junto com as tintas Pinot Noir e Pinot Meunier.
Itália – Talvez, devido ao fato de ser um país que não tem uma grande casta branca, a Chardonnay foi adotada com sucesso em quase todas as regiões: Piemonte, Lombardia, Alto Adige, Toscana, Abruzzo e Sicilia. Produz desde espumantes até vinhos de sobremesa deliciosos.
Espanha – Pelos mesmos motivos da Itália, aqui a Chardonnay também vem ganhando espaço com muita competência. As melhores regiões são: Penedès (Cavas), Somontano, Navarra e Rioja.
Chile – Assim como a Cabernet Sauvignon, aqui a Chardonnay encontrou um terreno fértil para se desenvolver. É a casta branca mais cultivada no país. Seus aromas, além das frutas típicas tropicais, apresentam uma pegada mais tostada e amanteigada. Seus vinhos podem ser espetaculares.
Austrália – aqui a uva revela sua expressão mais exótica, frutado e maduro, untuosos e normalmente amadeirados, porém a demanda do mercado tem provocado mudanças de vinificação com redução de tempo em barrica buscando mais frescor e mineralidade.
Nova Zelândia – Sem dúvida, este país tem vocação para os vinhos brancos. Aqui a Chardonnay pode alcançar patamares insuperáveis para o Novo Mundo. Seus vinhos são intensos, potentes e muito bem equilibrados.
Argentina – Apesar do predomínio das castas tintas, existem alguns excelentes vinhos feitos com Chardonnay. A região de Mendoza é a mais indicada.
Califórnia – Produz milhões de garrafas por ano (45 milhões de caixas em 2001). Em geral, seus vinhos são extremamente aromáticos, alcoólicos, amadeirados e com baixa acidez. Algumas vezes percebe-se algum açúcar residual. Os melhores exemplares podem ser espetaculares e rivalizar com os melhores da Borgonha.
Chardonnay na Vinitude
A Vinitude separou quatro excelentes vinhos Chardonnay de quatro lugares diferentes, para você experimentar:
FRANÇA
Antonin Rodet Bourgogne Chardonnay 2009
R$ 73,00 :: para sócios R$ 62,05
AUSTRÁLIA
Long Row Chardonnay 2008
R$ 55,00 :: para sócios R$ 46,75
ITÁLIA
Thou Bianc Chardonnay DOC 2010
R$ 88,00 :: para sócios R$ 74,80
CHILE
Rey De Los Andes Reserva Chardonnay 2009
R$ 35,00 :: para sócios R$ 29,75

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Comentários
nossa gostei muito em saber sobre este vinho, fiquei curiosa depois que escutei sobre ele