
Conheça o Alentejo

Os vinhos do Alentejo são hoje entre os mais badalados de Portugal, gozando de grande fama, nacional e internacional. Mas este sucesso é relativamente recente.
Apesar da cultura do vinho – e da vinha da região alentejana remeter a 2000 anos atrás (trazida pelos romanos) e seus vinhos serem até o século XVII os de maior fama de Portugal, nos tempos seguintes a viticultura do Alentejo entrou em crise profunda e prolongada. Isto foi devido certamente á guerra de independência, mas também e sobretudo á criação da denominação de origem dos vinhos do Douro (sendo inclusive a primeira região de vinhos demarcada do mundo, em 1756) que fez brilhar os vinhos durienses, mas que acabou colocando na sombra todas as outras regiões vinícolas do País.
As coisas começaram a mudar apenas nos últimos 30 anos, com a implementação de um estatuto de qualidade do Alentejo para a melhoria das condições técnicas e conseqüente regulamentação para a criação, finalmente, das primeiras denominações de origem da região, em 1988.
A partir dali o sucesso e a qualidade crescente colocaram novamente o Alentejo no mapa dos vinhos mais badalados de Portugal (e do mundo), dividindo praticamente com os do Douro o trono da região vinícola mais prestigiada do País.
A formula do sucesso pode se encontrar facilmente no terroir com excelente características para viticultura como todo, mas sobretudo pela diversidade de solo e clima dentro da mesma região. As condições climáticas vão de tipicamente continentais do interior á zonas de distinta influência marítima do litoral, passando pela frescura das montanhas, pela brisa das serras e pelo calor das planícies; terras férteis e terras paupérrimas. Os solos vão de graníticos e xistosos á argilosos e calcários. A escolha de vinhos tem grande variedade, distribuída entre pequenas propriedades e herdades imensas, entre castas autóctones alentejanas e outras uvas nacionais e até internacionais, em estilos praticamente infinitos.
o sucesso e a qualidade crescente colocaram novamente o Alentejo no mapa dos vinhos mais badalados de Portugal (e do mundo)
Sem estigmas e dogmas, a vitivinicultura alentejana está aberta a criatividade e modernidade, mas também com respeito e admiração para sua história. Assim ali é possível encontrar algumas das vinícolas mais modernas da Europa e ao mesmo tempo os cortes mais tradicionais e as velhas ânforas de barro que continuam a testemunhar a antiga influência romana.
O território alentejano é administrativamente dividido em três distritos: Beja, Évora e Portalegre. Mas, para vinho, a Denominação de Origem Controlada ‘’Alentejo DOC” é dividida em 8 sub-regiões, sendo elas:
– Borba
– Évora
– Granja-Amareleja
– Moura
– Portalegre
– Redondo
– Reguengos
– Vidigueira
Entre os vinhos brancos, a uva Antão Vaz, tradicionalmente acoplada ao Arinto, é a maior aposta da região. Além delas encontramos freqüentemente as uvas Fernão Pires, Gouveio e Roupeiro.
Já nas castas tintas, o trio Aragonez, Trincadeira e Alicante Bouschet forma freqüentemente a espinha dorsal da produção local. Mas as possibilidades de corte são inúmeras utilizando também Castelão, Alfrocheiro, Touriga Nacional e as internacionais Syrah e Cabernet Sauvignon.
A uva Antão Vaz, tradicionalmente acoplada ao Arinto, é a maior aposta da região.
Com tamanha pluralidade e diversidade, a coisa mais interessante do Alentejo é a consistência de colheitas e a invejável qualidade média de seus vinhos, sendo hoje possível desfrutar desde o rótulo mais simples até o mais complexo praticamente com a certeza de não receber surpresas desagradáveis e com preços médios ainda aceitáveis.

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