
Entrevista | Rudi Von Waltsleben, Vinícola D’Aria

Uma vinícola relativamente jovem, mas com uma história que se confunde com própria história do país em que está localizada – assim pode ser definida a premiada D’Aria, uma dos principais empreendimentos vinícolas da África do Sul. Sua primeira produção aconteceu com a safra de 2008, mas seus vinhedos estão localizados em uma área que abriga duas fazendas tão antigas quanto à primeira colonização dos europeus no país de Nelson Mandela.
Doordekraal e Springfield foram fundadas na região de Durbanville no século XVII, pelos primeiros holandeses que chegaram à África do Sul, e, passando de geração a geração, chegaram aos dias atuais para serem os lugares onde se produz os melhores vinhos da vinícola D’Aria, que adquiriu as duas fazendas nos anos de 1998 e 1999, respectivamente.
Comandada pelo jovem enólogo Rudi Von Waltsleben, a D’Aria é comprometida com a excelência e sofisticação dos seus vinhos, por isso, toda a sua produção é artesanal – do começo ao fim do processo, há a preocupação constante de que os vinhos estejam de acordo com as expectativas do mercado e do amante do vinho Os resultados dessa preocupação com a qualidade tem sido satisfatórios: alguns rótulos da D’Aria ganharam os melhores prêmios da indústria sul-africana e muitos internacionais. “Estamos sempre nos esforçando para nos superarmos. Programamos um alto nível de exigência para nós mesmos. Queremos sempre ser reconhecidos como uma vinícola de referência para os mercados doméstico e internacional”, diz o enólogo.
A produção dos mais de 60 hectares de vinhedos da vinícola é diversa – as tintas cabernet sauvignon, merlot e Shiraz, assim com as nobres sauvignon blanc e viognier, são estrelas das variedades cultivadas. Todas plantadas e colhidas manualmente e processadas em um espaço compacto e ultramoderno, que, combinada com o conhecimento tradicional da vinicultura do seu enólogo, resultam vinhos estilosos e saborosos.
Confira a entrevista com o enólogo da vinícola D’Aria, Rudi Von Waltsleben:
1 – A primeira safra da vinícola é de 2008, mas os prêmios que seus vinhos têm conseguido desde então são inúmeros. Há algum segredo para esse sucesso?
Nós não temos segredo. Eu acho que o nosso sucesso está no fato de que acreditamos um no outro e no que fazemos. Tentamos avaliar cada safra e uva em seus próprios méritos. Não somos produtores de vinho com uma receita pronta, respeitamos a uva e temos paixão em obter as melhores características de cada variedade para produzir um vinho único. Nossa equipe é unida e há muito respeito entre nós, e ao trabalho que cada um exerce na Vinícola. Se você tem paixão e amor pelo que faz, então o sucesso é o resultado final.
2 – Apesar de ser relativamente jovem, há toda uma longa história por trás do empreendimento que o torna ainda mais especial. Como essas raízes históricas são refletidas nos vinhos e na produção da vinícola?

A grande história da Vinícola D`Aria vem de pessoas que estavam dispostas a assumir riscos e acreditar em seus próprios sonhos.
Meu trabalho duro no passado se reflete hoje nos meus vinhos.
3 – Todo o processo de elaboração dos vinhos da D’Aria é artesanal. Qual a importância disso para os seus vinhos? E como esse processo artesanal se relaciona com o consumidor final?
Compartilho um amor pelo meu trabalho com todos os meus colaboradores. É visível na terra quando começamos a colher as uvas com as mãos. Todo mundo está feliz, se divertindo, e este astral positivo é levado para a Vinícola onde cada trabalhador faz sua parte com amor e alegria. Eu acho que a paixão que dividimos pode ser sentida nas uvas que é então refletida no vinho. Nós lidamos com cada lote de uvas, não importa o seu estado, como se fosse as melhores uvas. Nunca escolhemos um atalho na nossa abordagem para um vinho. Eu nunca controlo o trabalho de ninguém na vinícola porque eu sei que cada um vai fazer o melhor que pode – nós confiamos uns aos outros. Eu prefiro ajudar em todas as fases do processo de vinificação. A vinificação é uma arte e você não pode pintar uma pintura sem pincéis. Todo mundo é importante na cadeia produtiva e eu sou o artista que precisam. As pessoas bebem nosso amor e paixão pelo que fazemos, e nós sempre seguimos o nosso coração.
4 – Como a D’aria se vê daqui pra frente. Quais os planos futuros da vinícola para os mercados interno e internacional?
Estamos sempre nos esforçando para nos superarmos. Programamos um alto nível de exigência para nós mesmos. Todos os dias nós aprendemos algo, e isso é muito importante para a evolução do nosso trabalho, para que sejamos no futuro melhores do que somos agora. Queremos sempre ser reconhecidos como uma vinícola de referência para os mercados doméstico e internacional. Queremos que o público compartilhe da nossa paixão e amor, nós queremos sempre ter orgulho dos nossos produtos que fabricamos com tanta dedicação e amor.

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