
Garrafa de vinho e seu design através do tempo

Você certamente já ouviu aquele ditado popular que recomenda: “não se deve julgar o livro pela capa”. Será que a mesma ideia pode ser transportada para o mundo dos vinhos? Será que não se pode julgar um vinho por sua garrafa. O que diz uma garrafa sobre o vinho que lhe preenche?
A garrafa é o cartão de visita de um vinho. Para os apreciadores iniciantes, que ainda não estão familiarizados com todas as castas, terroir e regiões que tornam cada bebida única, a garrafa significa a primeira forma de diferenciar cada vinho. Para estes consumidores, a garrafa constitui o primeiro atrativo para determinada vinho, o que facilita a escolha do mesmo.
Não necessariamente o melhor vinho terá uma garrafa de qualidade equivalente a da bebida. A beleza ou o design inovador de uma garrafa, porém, pode representar e até mesmo elevar o nível de excelência de uma bebida. Por isso, a indústria vinícola investe, cada vez mais, no desenvolvimento de materiais e formatos que se adequem ou atraiam diferentes tipos de consumidores.
Bambu, cocos, chifres de animais, crânios, peças de madeira, pedra, couro, barro, cerâmica, ouro, prata – todos esses matérias já foram utilizado para armazenar o vinho para o consumo.
O recipiente que guarda o licor dos deuses já teve vários formatos, tamanhos e já foi elaborado com diferentes tipos de materiais. Depois de muitas transformações ao longo dos séculos, o material que melhor se adequou ao mercado para a fabricação da garrafa é o vidro, apesar de atualmente existirem recipientes de alumínio e até de cristal. O vidro é um material que reúne muitas propriedades que não interferem na degustação do vinho: é leve, transparente, sem cor ou cheiro, e é facilmente moldável.
Desde que o vinho tem sido produzido, sempre se soube que certas uvas, técnicas de cultivo ou safras resultavam bebidas melhores que outras; contudo, foi só com o uso das garrafas de vidro é que se pode perceber que estas bebidas se tornavam ainda melhores quando conservadas, pois facilitavam sua evolução e envelhecimento.
O desenvolvimento das técnicas de manipulação do vidro para a elaboração de garrafas resistentes permitiu a invenção do Champagne, até então, a grande pressão do gás do espumante estourava quase todas as garrafas.
Normalmente, o vidro utilizado nas garrafas tende para a coloração mais escura para proteger o vinho da luz, que prejudica o seu envelhecimento. O formato da garrafa foi se adequando com tempo, passou a ser cilíndrico para facilitar o empilhamento, e, consequentemente, o transporte.
No entanto, o design da garrafa é tão diverso quanto são diversos os tipos de vinhos. Existem recipientes para rótulos que lembram frascos de perfumes ou cosméticos mais refinados; outros, de alumínio, lembram aqueles recipientes de bolso para uísque de bolso. São formatos diferentes, ousados e elegantes, que muitas vezes são concebidos para marcar o lançamento de vinhos especiais.
Os designs mais comuns estão ligados à tradição de certos tipos de vinhos: o Bordeaux, por exemplo, tem garrafa cilíndrica e alta, a do Borgonha é mais baixa e com curvas suaves; o Champagne, por sua vez, tem garrafa de vidro mais grosso e resistente e a do vinho do Porto tem formato cilíndrico e é baixa. Ou seja, o design e o material da garrafa pode dizer muito sobre a região de origem e denotar algo sobre o aroma e sabor de um determinado vinho.

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