
Quando é que vinho não é uma boa solução?
Estive meio sumida por aqui. Não apareci nos últimos domingos com as minhas histórias de quem tem sempre um vinho na manga e passa por (muitas) e boas com isso.
É que eu me mudei. E fazer mudança sempre ocupa um tempo enorme, né? Parece que tô me mudando até hoje. Quando estava levando as minhas coisas, Paola, uma amiga, estava me ajudando, e a cada caixa que eu passava, ela perguntava: “o que tem aqui?” “Vinho”. “E aqui?” “Vinho”. “E nessa aqui?” “Vinho”! “Carol, você só vai levar vinho pra casa nova?”. Olha, devo dizer que não foi muito mais do que isso. Até porque, minutos mais tarde, ela indagou: “Algum dia você parou pra pensar que a sua vida cabe num elevador?”. Obrigada, Paola. Ainda bem que eu tinha bastante vinho pra me consolar e fazer essa reflexão sobre a vida.
Pois bem. Aí a gente brindou a casa nova com espumante brazuca levado pela Sonia (a sommelière que vai dar o curso de Introdução ao Vinho do Clube dos Vinhos no mês que vem!). Você sabia que os espumantes são o grande trunfo da viticultura brasileira? Especialmente no Rio Grande do Sul, na região da Serra Gaúcha (Bento Gonçalves, Garibaldi, Pinto Bandeira, Vale dos Vinhedos) as condições de solo e clima são muito semelhantes às da região de Champagne. Então as uvas chegam ao ponto certo de acidez com o mínimo de açúcar para a produção de espumantes. Além disso, os produtores brasileiros já dominam as técnicas de produção (tanto o método tradicional quanto o charmat), afinal, fazem isso há décadas! A combinação de terroir ideal e domínio das técnicas de produção são as principais razões do sucesso do espumante brasileiro. Sem contar que não é todo lugar que produz bons espumantes e os brasileiros são aclamados pela crítica internacional e alguns até ganham prêmios lá fora.
Brindamos com Don Giovani (recomendadíssimo!). Fresco, leve, super gostoso, acidez ótima! Na medida certa para refrescar quem passou o dia carregando caixas e pra brindar o momento. E fato é que estamos numa estação onde espumante é sempre bem-vindo: na mudança, no piquenique, no almoço, no jantar, no encontro com os amigos… Você escolhe.
Enfim. Achei que feita a mudança, poderia voltar às histórias, mas aí entrei numa semana bem caótica. Pouca agenda pra muita tarefa. Pouco humor pra muitas horas. Pouca Carol pra tantos nervos à flor da pele. Não sei dizer o que estava acontecendo, mas o Edson, nosso CEO, me perguntou: será que em dias assim vinho é uma boa solução?
Quando é que vinho não é uma boa solução?, respondi. E virou pauta pra voltar nesse domingo.
Por Carol Oliveira

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