
A região vinícola da Bairrada

Portugal, apesar dos limites territoriais reduzidos, é um país com muita história na produção de vinhos. A pequena nação, que junto com a Espanha compõe a Península Ibérica, está entre as 10 maiores produtoras da bebida no planeta, possui mais de 200 tipos de uvas nativas e ainda é constituída por regiões de grande prestígio na vitivinicultura do velho mundo, como o Dão e o Douro.
Dentre essas regiões, uma que mais tem sido importante para a produção interna de Portugal e que mais tem ganhado espaço no mercado internacional de vinhos é a Bairrada, que está situada no centro do país, especificamente entre as cidades Águeda e Coimbra e se estende até o litoral Atlântico. A região tem a classificação DOC (Denominação de Origem Controlada) e seus vinhos são de muita personalidade, quase sempre tintos de coloração carregada e com taninos bem presentes. Produz também brancos espumantes com excelência.
O nome da região vem de barrentos (barro), uma referência
ao solo argiloso que a compõe.
Características
De clima suave e temperado devido estar próxima do Oceano Atlântico, a Bairrada possui uma diversidade de solos que garantem a ela um potencial enorme para o cultivos de vinhas, sendo os dois principais tipos o solo argiloso e o solo arenoso.
História
No passado, a Bairrada foi uma região de passagem e de conquista; lugar que presenciou batalhas entre cristãos e árabes pelas terras europeias, quando Portugal ainda estava se formando como país.
A produção de vinhos existe na região desde longo tempo, precisamente, a partir do século X. Foi no século XIX, contudo, que a sua fama no cultivo de vinhas e elaboração da bebida tomou corpo e se estruturou, durando firme e forte até hoje.
Além do vinho, a Bairrada é também famosa por causa do seu
prato mais conhecido, o Leitão da Bairrada.
Produção

A maior parte da região de Bairrada é ocupada por vinhedos.
A principal uva da Bairrada, considerada a casta local, é a Baga, que corresponde a pelo menos 50% das uvas plantadas na região; uma variedade tinta cujos taninos são muito ricos e presentes, garantidos aos seus vinhos uma longevidade elevada. Quanto às brancas, a que mais se destaca é a Fernão Pires, que lá recebe o nome de Maria Gomes, cujos vinhos são aromáticos e florais.
Segundos especialistas, as tintas de maior importância para a região são a Baga, Touriga Nacional, Castelão e Aragonez. Já pelas brancas, as representantes de maior potencial são a Maria Gomes, Bical, Arinto e Rabo de Ovelha.
Além dessas, a região recentemente foi liberada para cultivar junto com as castas portuguesas, castas estrangeiras, como a Cabernet Sauvignon, Syrah, Merlot e Pinot Noir. Tudo isso para incrementar a exportação dos vinhos portuguesas, para torna-los competitivos no mercado.
Por fim, não há como falar da Bairrada sem falar da produção de espumantes, afinal ela é a região mais antiga e importante de Portugal na elaboração deste tipo de vinho – os espumante são produzidos lá desde 1890, e pelo método clássico, que dão muito mais sofisticação e fineza aos vinhos.
Turismo e atrações

Bairradas possuiu a maior instituição museológica dedicada ao vinho em Portugal, o Museu do Vinho Bairrada.
Pensando no futuro, os produtores da região, junto com o governo local, conseguiram iniciar um processo de reestruturação completo. Aproximando as atrações urbanas do universo essencialmente agrícola, desenvolvendo os princípios de crescimento da indústria local e do constante melhoramento do serviço, a região é atualmente um ótimo motivo para conhecer Portugal através do vinho.
Nesse sentido, a Bairrada oferece alternativas interessantes para o entretenimento de seus visitantes. O museu do vinho (que conta a história da produção da bebida na região), a rota (que reúne os melhores hotéis, restaurantes e vinícolas), as atrações naturais e históricas, tudo isso constitui a Bairrada como um importante centro não apenas para a produção como para o turismo vinícola em Portugal.

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