
Toro, tradição e história na produção de vinhos

Toro é uma região vinícola localizada em Castella e Leão, especificamente na província de Zamora, no noroeste da Espanha. Seu nome (Toro significa Touro) descreve a força e potência dos vinhos produzidos na região. Sua tradicional vitivinicultura data de séculos antes de Cristo, quando os romanos estabeleceram seus primeiros vinhedos exatamente após invadirem o território espanhol.
Num passado recente, não mais que 30 anos, os produtores e enólogos da região começaram a construir uma reputação de excelentes vinhos produzidos em pequenas bodegas que, por diversos meios (novas técnicas de cultivo, melhor tratamento de seus vinhedos, etc) garantem atualmente a melhor qualidade das suas bebidas.
Para adequar os seus vinhos ao mercado atual, esses empreendimentos vinícolas tiveram que buscar conhecimentos modernos de produção, misturando tecnologia e tradição na elaboração de bebidas versáteis, mas com tipicidade preservada. Com esses investimentos, os vinhos de Toro evoluíram com o consumidor, atualizaram-se a uma nova realidade, sendo inclusive prestigiados por críticos da altura de Robert Parker, que vêem na região um futuro brilhante.
História
Durante a Idade Média, a região teve uma produção de vinhos proeminente e muito apreciada. Na era dos descobrimentos inclusive, abasteceu os desbravadores que se lançaram ao mar à procura de novas terras ao redor do mundo. Durante a crise provocada pela phylloxera no século XIX, Toro ajudou a abastecer o mercado de vinhos na França, já que seus vinhedos resistiram bem à praga devido ao caráter do solo da região.
No final do século XX, em 1987 especificamente, o Conselho Regulador, órgão que regulamenta a produção e comercialização de vinhos na Espanha, concedeu à região o status de Denominação de Origem, o que fez aumentar sua importância no mercado da bebida no país. É aí que Toro começa a aparecer no mapa internacional dos vinhos.
A região é situada às margens do rio Duero, o mesmo que atravessa até Portugal, e lá é chamado Douro.
Reposição no mercado
Esta região tem história na vitivinicultura de seu país, mas somente nos últimos anos seus vinhos ganharam um novo status de qualidade. Uma nova geração de enólogos e produtores foram os responsáveis pela atualização dos vinhos da região. Os investimentos em tecnologia e o aperfeiçoamento dos métodos de colheita, aliados aos conhecimentos tradicionais da região, mostraram todo o potencial dos vinhos de Toro, o que possibilitou sua adequação ao consumidor contemporâneo, e o consequente crescimento de sua apreciação.
A evolução de Toro, em termos de qualidade e reconhecimento, na produção de vinhos é notável. Antes tidos como brutos e rústicos, os vinhos elaborados com a estrela principal da região, a Tinta de Toro, agora desfrutam da melhor compreensão do terroir pelos produtores, que lhes garantem uma gama maior de possibilidades de caráter e versatilidade antes impossível, sempre preservando sua tipicidade, elevando assim seu prestigio e fama no mercado internacional de vinhos.
O sucesso da região, das suas bodegas e vinhos, tem atraído diversos nomes famosos no universo vinícola e possibilitado investimentos estrangeiros, principalmente da França – os irmãos Lurton e o ator francês Gérard Depardieu, por exemplo, fazem investimentos na região.
Uvas, Cultivo e clima.
A principal uva cultivada em Toro recebe seu nome, a Tinta de Toro, uma casta que tem como características principais a espessura de sua pele, sua cor profunda e amadurecimento precoce, sendo responsável por vinhos de caráter e tânicos. A Granacha é outra variedade utilizada para elaborar os apreciados vinhos tintos da região.
Importante dizer que, por lei, todos os vinhos da região, do Jovem ao Gran Reserva, devem ser elaborados com pelo menos 75% Tinta de Toro. Muitos críticos confirmam que as melhores bebidas da região contêm 100% Tinta de Toro – o que denota a importância desta casta para as vinícolas de Toro.
As brancas têm produção pouco significativa na região, para se ter uma idéia, quase 90% da produção dos seus vinhedos são de tintas. Apenas uma pequena parcela da produção de Toro destina-se a elaboração de vinhos brancos, sendo as castas principais a Malvasia e a Verdejo.
Seus vinhedos estão localizados a uma altitude entre 600 e 800 metros acima do nível do mar, alguns deles são centenários, conferindo à região o status de zona com vinhedos dos mais antigos da Europa. Com clima continental de influência atlântica e amplitude térmica significativa, com verões longos, secos e quentes seguidos de invernos rigorosos, a região de Toro é tida como uma ótima opção para o cultivo de uva na Espanha. Ainda mais com seu solo formado por sedimentos de areia e bem drenado.
Existem atualmente mais de 50 empreendimentos vinícolas na região de Toro.

Deixe um Comentário