
Um brinde pelo bem da saúde

O vinho é uma das primeiras bebidas da qual se tem registro. Está presente na Bíblia, e, antes dela, em pergaminhos egípcios, já sendo recomendado como remédio, o que o torna também uma das primeiras prescrições médicas da qual se tem notícia.

Cultivo de uvas viníferas retratado em mural do Egito Antigo.
As propriedades benéficas do vinho já não eram novidade aos povos antigos, e foram sendo transmitidas através dos séculos de geração para geração, chegando até a civilização ocidental.
No principio do século XX, com a definição do alcoolismo como doença, a visão do vinho como medicamento foi radicalmente alterada. Campanhas durante as décadas de 70 e 80 atacaram gravemente a dependência ao álcool, mas, no caso dos vinhos, a situação se alterou a partir da década de 90, com o surgimento do intitulado “O Paradoxo Francês.”.

Grandes consumidores de comidas calóricas os franceses tem uma das mais baixas taxas de doenças do coração. Um dos motivos, descobriram os cientistas, é o consumo elevado de vinho.
Foi a partir de então, que a bebida começou a ser levada com mais seriedade por parte de médicos e especialistas. O conhecido efeito vasodilatador presente no vinho era inicialmente atribuído ao álcool, porém com a evolução das técnicas de análises químicas, mostrou-se que a presença de outras substâncias – polifenóis como o ácido gálico e o ácido caféico – também contribuíam quanto aos benefícios para o sistema cardiovascular.

Existem mais de 1000 compostos encontrados no vinho. Além do álcool, o vinho apresenta diversas substâncias antioxidantes em sua composição.
O consumo moderado de vinho contribui para o controle das citocinas no sangue. Estas substâncias afetam o colesterol e as proteínas da coagulação, reduzindo níveis de LDL (colesterol ruim) e aumentando os de HDL (colesterol bom), tornando as plaquetas menos aderentes e reduzindo os níveis de fibrina, evitando que o sangue coagule nos locais errados, prevenindo o entupimento de uma coronária e, com isso, evitando um infarto do miocárdio.
De acordo com diversas pesquisas, estes efeitos se apresentam apenas quando a bebida é consumida em quantidades pequenas e frequentes. É difícil especificar qual a quantidade certa para cada pessoa: isto depende do organismo de cada individuo; mas costuma girar entre uma a duas taças por dia.
A proteção contra doenças cardiovasculares que o vinho apresenta independe da dose ingerida, mas excessos são absolutamente não recomendados.
Moderação, como em absolutamente tudo na vida, parece ser a palavra chave. Ainda não há parecer oficial que justifique, de fato, o vinho como principio ativo de cura para todas as doenças, mas nada ainda nos impede de justificar aquela taça a mais pelo bem da saúde.

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