
Vinho Espumante: Um Sinônimo de Celebração

É quase uma lei universal: não há comemoração sem o tradicional brinde com uma bela taça de espumante. Populares nas festas de final de ano, as borbulhas cristalinas, douradas ou rosés também se fazem presentes em casamentos, formaturas, e outros grandes marcos da vida, com sua leveza e frescor fazendo par com a alegria da celebração.
Embora os mitos ao redor do champanhe atribuam a sua criação a Dom Perignon, em verdade a bebida não possui um autor definido, tendo sua conformação elaborada por toda a região de Champagne como um todo.
Ao se falar de espumantes, é preciso ressaltar que o termo “champanhe”, largamente utilizado como sinônimo da bebida, não é precisamente correto: legislações do mundo vitivinícola definem como champanhe apenas aos espumantes produzidos na região de Champagne, na França, terra do lendário Dom Perignon, produtor dos primeiros espumantes do mundo.

Perlage são as borbulhas de gás carbônico que se formam quando um espumante é servido.
As características bolhas do espumante são chamadas de perlage, sendo provenientes do dióxido de carbono, que pode se originar naturalmente, da refermentação do vinho já na garrafa, ou nos tonéis durante a maturação.
Ecléticos, os espumantes acompanham bem a quase qualquer tipo de culinária e podem ter a sua origem em praticamente qualquer lugar do mundo, passando por diferentes processos de fabricação e recebendo diferentes denominações conforme o seu local de nascimento.
A Pinot Noir e a Chardonnay são as principais variedades de uvas utilizadas na região de Champagne, podendo resultar num espumante branco ou rosé, variando do tempo em que o mosto permanece em contato com as cascas. De acordo com o teor de açúcar, que é definido no fechamento da garrafa, o champanhe é definido como extra-brut, brut, extra-sec, sec, demi-sec, ou doux.

O espumantes de método champenoise tem a segunda fermentação dentro das garrafas, em adega, fazendo o remuage (rotação das garrafas) regularmente.
O método de elaboração que cria a espuma no interior da garrafa possui denominação própria – Champenoise -, e se trata de um processo demorado, podendo levar anos até atingir a perfeição, o que o torna mais caro e pouco acessível a maioria dos amantes da bebida.
A obtenção do perlage em tonéis – conhecido como método Charmat – facilitou a popularização dos vinhos espumantes por ser um processo mais simples, o que torna os valores finais mais acessíveis, popularizando o seu consumo e produção ao redor do mundo.

No método charmat, o vinho é submetido à segunda fermentação em tanques de aço inoxidável (em vez da própria garrafa) e é engarrafado sob pressão.
Outro nome famoso do mundo dos espumantes é o Cava, da Espanha, produzido através do método tradicional do Champenoise, na região espanhola da Catalunha. No entanto, para ser denominado como Cava, o espumante precisa passar por um envelhecimento de nove meses em garrafa, e ser elaborado exclusivamente com uvas colhidas em regiões autorizadas pela legislação do país.
Um dos mais famosos espumantes produzidos no método Charmat é o Prosecco, elaborado a partir de uvas do mesmo nome com a ocasional adição de pequenas parcelas da Pinot Bianco e da Pinot Grigio. Tradicionalmente, é originária do norte da Itália, sendo a bebida típica da cidade de Veneza.

Prosseco é o nome da uva branca, de origem italiana, que também identifica o vinho branco espumante em cuja produção é empregada.
Espumantes, usualmente, não trazem no rótulo a marca de sua safra, uma vez que colheitas de diversos anos podem ser utilizadas em uma única produção, a fim de se obter a melhor qualidade possível em cada garrafa. Com raríssimas exceções e preços acima do mercado, safras realmente boas resultam em espumantes exclusivamente elaborados a partir da mesma, recebendo a denominação de milésimes.
Apesar das taxas de importação e valores de câmbio internacional já não serem mais tão assustadores quanto antigamente, talvez os preços dos espumantes importados ainda não sejam convidativos a maioria dos bolsos. Mas isto não deve se tornar um problema uma vez que o Brasil também produz excelentes espumantes locais, considerados, por alguns especialistas, num patamar de igualdade com os melhores do mundo.
Outro mito moderno diz que a estrela de cinema Marilyn Monroe, certa vez, banhou-se em mais de 350 garrafas de espumante.
Diz-se, também, que ela inalava vapores da bebida como se inalasse oxigênio.
Regiões como a Serra Gaúcha e Santa Catarina são responsáveis por alguns dos melhores rótulos nacionais, contando já com vinícolas inteiramente dedicadas às borbulhas que, de acordo com a lenda, foram tidas pelo próprio Dom Perignon como “provar estrelas.”
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